"Em dez anos de carreira, os irmãos Campana seduziram a indústria italiana de design, sobretudo a de Milão, onde estrearam com uma luminária batizada de Estela, nome do tecido emborrachado com o qual a peça é feita - material que os italianos até hoje importam do Brasil, para depois revender por aqui o produto final a preços pouco simpáticos. Em 1998, Fernando e Humberto ganharam uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), graças ao convite da curadora de Design e Arquitetura do museu, a italiana Paola Antonelli, que veio ao País pela primeira vez há dois anos, também seduzida pela criação da dupla.
Os Campanas tornaram-se em pouco tempo uma referência do design brasileiro e, ainda assim, tiveram de esperar dez anos para ter a primeira peça produzida por uma indústria nacional. Foi a Cia. de Tapetes Ocidentais a primeira e, até agora, a única a reproduzir a criação dos dois irmãos. A próxima exposição dos designers tenta exatamente chamar a atenção para esse problema de identidade que o design tem no País: de um lado, as indústrias deixam de produzir criações de talentos por entender que o teor artístico encarece a peça; do outro, o circuito expositivo abre pouco espaço para os objetos de natureza utilitária. "Depois da época de ouro do Masp, o design ficou excluído do circuito artístico no Brasil", comenta Humberto Campana, ressalvando o esforço de museus como a Casa Brasileira.

www.campanas.com.br

por ANA WEISS
Especial para o Jornal O Estado de São Paulo
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