Quando se fala que de médico e louco todo mundo tem
um pouco, parece cair em lugar comum, mas quando olhamos com mais detalhes,
percebemos uma certa ponta de coerência, senão vejamos: define-se marketing
como uma troca com satisfação. Satisfação de quem? do cliente é claro! Aí
parece a primeira loucura: cliente é o que recebeu a troca, mas, quem trocou
por acaso não teria ficado também satisfeito? Isso é só uma pequena reflexão
para nos levar à questão de forma mais aprofundada. "Marketeiro" esta
palavra existe?
Neologismo que identifica o profissional que
trabalha em Marketing. É isso mesmo, quem trabalha com açougue é açougueiro,
quem trabalha com pedra é pedreiro, portanto, quem trabalha com marketing é
marketeiro. - Entenderam a relação, ligaram o nome à pessoa?
Para trabalhar com
marketing, tem-se, que estudar e muito, ter
percepção - médico também, e ser criativo
– ah !, criativo todo louco é, menos para ele, e o marketeiro todos o acham
louco, menos ele.
Além do mais, o marketeiro identifica, como ninguém
todas as patologias existentes entre o mercado, o produto e o cliente. Ou será
cliente, mercado, produto, que identificam o marketeiro ?, sei lá !, Não
importa, isso quem define é o diagnóstico (coisas de médico). Mercado é um
lugar onde se troca necessidade por satisfação, cliente é aquele que busca a
satisfação e o produto nada mais é do que o objeto de troca. Simples, não?... mas,
a certeza,certeza só virá após exames mais profundos, como o exame da
segmentação, que corta cirurgicamente o
mercado em partes (não dói nada), para se identificar a origem do "vírus
cliente", o seu estilo de vida e do que gosta, vírus bom é vírus morto mas
este, temos que deixá-lo bem vivo, gordo, satisfeito ou insatisfeito Loucura?
Que nada, ainda não acabou. O segundo exame é o do produto, busca-se saber o
ciclo de vida, se novo, está em desenvolvimento se todos o querem, maturidade,
e o declínio?, Bem esse estágio ninguém quer!, Como diria certo apresentador de
televisão, loucura, loucura, loucura!.
Feito o
diagnóstico e definida a patologia, do
mercado e do cliente vem o receituário; praticar diariamente doses de
relacionamento por um longo período, pois somente assim se viverá bem e
longamente, vejam se o que digo tem coerência.
Outro dia,
recebi um e-mail que mencionava um certo
jardineiro em um diálogo com um cliente por telefone, na casa de outro cliente
a quem entregara um serviço, que era
mais ou menos assim:
– Olá, bom dia! Aqui quem está falando é
Florisberto, o jardineiro. Eu gostaria de falar sobre o meu... trabalho.
– Obrigado, mas já tenho jardineiro.
– Tudo bem, mas eu cuido muito bem das plantas,
além disso, conserto o cercado dos jardins, uso minhas ferramentas e quando termino,
limpo bem o lugar, e ainda guardo a mangueira.
– O meu jardineiro também faz isso, e há muito tempo.
- Puxa! Ainda bem que a senhora tem um bom
profissional, mas com certeza, o meu preço ele não faz...
– Olha, eu não estou interessada no preço, mas sim
na qualidade, na confiança e no tratamento que ele me dá, muito obrigado e até mais.logo.
Nesse momento o outro cliente que ouvia tudo,
falou:
– É, parece que você não teve sorte, não conseguiu
um novo trabalho. E agora? Vai ficar triste, depressivo?
– Que nada!, Respondeu sorridente o Florisberto,
– Como assim?
– Eu não estava buscando um novo trabalho, só
estava checando o grau de satisfação do meu cliente!
Pois é, esse é o lado marketeiro do Florisberto, o
jardineiro.
É ou não uma loucura?!
Francisco Dilson dos Santos, é Professor
Universitário, articulista e consultor em Gestão marketing.